"A poesia é apenas a evidência da vida. Se sua vida está queimando bem, a poesia é só a cinza" - LEONARD COHEN
segunda-feira, outubro 24, 2005
MORANGOS
Nunca houve morangos
Como os que tivemos
Naquela tarde tórrida
Sentados nos degraus
Da porta-janela aberta
de frente um para o outro
seus joelhos encostados nos meus
os pratos azuis em nossos colos
os morangos brilhando
na luz quente do sol
nós os mergulhamos em acúçar
olhando um para o outro
sem apressar a festa
para outra por vir
os pratos vazios
deitados sobre a pedra juntos
com os dois garfos cruzados
e me aproximei de você
dócil naquele ar
nos meus braços
abandonado como uma criança
da sua boca ávida
o gosto de morangos
na minha memória
inclina-se de volta
deixe-me amá-lo
deixe o sol bater
sobre o nosso esquecimento
uma hora de tudo
o calor intenso
e o relampâgo de verão
nas colinas de Kilpatrick
deixe a tempestade lavar os pratos
Edwin George Morgan
Tradução de Virna Teixeira
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STRAWBERRIES
There were never strawberries
like the ones we had
that sultry afternoon
sitting on the step
of the open french window
facing each other
your knees held in mine
the blue plates in our laps
the strawberries glistening
in the hot sunlight
we dipped them in sugar
looking at each other
not hurrying the feast
for one to come
the empty plates
laid on the stone together
with the two forks crossed
and I bent towards you
sweet in that air
in my arms
abandoned like a child
from your eager mouth
the taste of strawberries
in my memory
lean back again
let me love you
let the sun beat
on our forgetfulness
one hour of all
the heat intense
and summer lightning
on the Kilpatrick hills
let the storm wash the plates
Edwin George Morgan
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3 comentários:
zoe,
passei por aqui para conhecer seu blog. gostei muito. obrigada pela publicação de strawberries do edwin morgan.
um abraço,
virna
nham, nham: morangos... *barulhinhos bucais a la Hannibal the cannibal*
Que coisa linda esse poema.
Foi exato, obrigada!
Beijos
Erika
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