quarta-feira, outubro 12, 2005





Quem arranca do peito seu coração para a noite deseja a rosa.

São seus a folha e o espinho,
para ele ela põe a luz no prato,
pare ele ela enche os copos com sopro,
pare ele murmuram as sombras do amor.

Quem arranca do peito seu coração para a noite e o atira alto:

Não erra o alvo
apedreja a pedra,
e ele bate o sangue do relógio,
para ele sua hora soa o tempo na mão:
ele pode brincar com bolas mais bonitas
e falar de ti e de mim.


Paul Celan
Ópio e Memória
tradução de Cláudia Cavalcanti


p.s.: não consegui manter a formatação original do poema -
se alguém souber como se faz, será uma gentileza.

Um comentário:

Anônimo disse...

Lindo. Aliás, nem precisaria dizer nada....