quarta-feira, fevereiro 22, 2006

rolling stairs




Na peça Fita Crepe (eu e Marcos Prado no Teatro de Bolso, recitando Paulo Leminski e Thadeu Wojciechowski sob a direção de Aníbal Marques logo ali no século passado), Marcos fechava assim o último ato:



que tudo passe

passe a noite
passe a peste
passe o verão
passe o inverno
passe a guerra
e passe a paz

passe o que nasce
passe o que nem
passe o que faz
passe o que faz-se

que tudo passe
e passe muito bem


p. leminski

decididamente, tudo tem seu fim - foi o que senti ontem descendo pela escada rolante.
{~*~}
interessante que hoje, dia 18 de maio, me deparei com a seguinte gregueria do poeta Ramón Gómes de la Serna: "As escadas rolantes me inquietam, / porque revelam como sempre somos / conduzidos pela fatalidade, mesmo / quando pensamos que estamos imóveis."
a tradução é de Sérgio Alcides.

2 comentários:

Anônimo disse...

é vero. como diria o álvaro de campos, "no fim de tudo dormir". beijos da amiga que tá passando bem pra caramba. ;-D

Roberto Prado disse...

Que depois de tudo passar (e pasar bem)comece tudo novo em folha. Lembro bem desse tempo bom, lembro de que aconteceram coisas boas e outras nem tanto. Mas quando lembro de você e o Marcos lá, o coração bate mais e bate para o bem.
Beijos
Beco

PS: um trechinho de um negócio que escrevi e vai sair no livro que estou preparando:

"as graças da vida, me atrasar,
e saber que sempre tem trem pra sair"

RP