Translatio
a chamada nébula Caranguejo
uma costelação de reversos
na desgaláxia dos buracos negros
ou a órbita excêntrica de Plutão
meditada em Austin Texas
num party em lavaca Street
tomei mescalina de mim mesmo
e passei esta noite em claro
traduzindo "Blanco" de Octavio Paz
Haroldo de Campos, 1981
..............
Ainda me supreendem algumas"coincidências". Depois de postar os poemas cancerianos numa lan house em São Paulo, volto para Curitiba e me cai no colo o livro Transblanco de Octavio Paz, transcriado por Haroldo de Campos. O trecho acima é escrito por Haroldo em missiva para o poeta mexicano, que responde o seguinte:
"Recebi seu breve poema, escrito depois de ter traduzido "Blanco" sob a antiluz da nebulosa de Câncer, na órbita excêntrica de Plutão, iluminado pela única mescalina que nos faz transpassar o buraco negro da antigaláxia: a mescalina que produz o cérebro do poeta numa noite de insônia e criação. Um dia se descobrirá que, assim como há cores com luz própria que iluminam a escuridão interplanetária sem necessidade de sóis e estrelas - conforme acreditavam Bruno e Duchamp -, também há escrituras que brilham em plena noite (...)"
a chamada nébula Caranguejo
uma costelação de reversos
na desgaláxia dos buracos negros
ou a órbita excêntrica de Plutão
meditada em Austin Texas
num party em lavaca Street
tomei mescalina de mim mesmo
e passei esta noite em claro
traduzindo "Blanco" de Octavio Paz
Haroldo de Campos, 1981
..............
Ainda me supreendem algumas"coincidências". Depois de postar os poemas cancerianos numa lan house em São Paulo, volto para Curitiba e me cai no colo o livro Transblanco de Octavio Paz, transcriado por Haroldo de Campos. O trecho acima é escrito por Haroldo em missiva para o poeta mexicano, que responde o seguinte:
"Recebi seu breve poema, escrito depois de ter traduzido "Blanco" sob a antiluz da nebulosa de Câncer, na órbita excêntrica de Plutão, iluminado pela única mescalina que nos faz transpassar o buraco negro da antigaláxia: a mescalina que produz o cérebro do poeta numa noite de insônia e criação. Um dia se descobrirá que, assim como há cores com luz própria que iluminam a escuridão interplanetária sem necessidade de sóis e estrelas - conforme acreditavam Bruno e Duchamp -, também há escrituras que brilham em plena noite (...)"
Um comentário:
Adoro o livro, Zoe! É um dos meus favoritos. Haroldo e Paz. Baita dupla! Um beijo!
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