sexta-feira, julho 23, 2004

Mênades

o que fazem essas mênades-giras rondando as raízes dos cabelos e que arrancam de tristeza o meu corpo do chão? rainhas do excesso, rito desembestado, esgueirando-se columbrinas pelos dedos descolados, elegia sabática a uma deusa da ira? grito de vinho e fumaça que vem do fundo do ventre, precipício que se abre e me atiro - desvaneça-se por hora, para que eu possa vê-lo sem véus, tocar-lhe sem receio as faces e escute seu murmúrio quente entre as serpentes vivas.

Zoe de Camaris

Um comentário:

T disse...

muito legal, parabéns :)