Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida avidez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.
Hilda Hilst
3 comentários:
bah: eu amo a hilda hilst...
e adoro o descompromisso:
esse foi um belo tiro,
Madame de Camaris,
mesmo que a palavra "pantera"
não apareça explícita no texto.
Já o soneto mais vituperado
do AA (Augusto dos Anjos)
eu achei que foi uma tremenda bola fora.
Desculpe, mas não tem conserto mesmo
a minha singularíssima pessoa.
Piscadelas e fosquinhas pra ti.
Querido Ivanzinho,
Se eu só postar poemas que citem a pantera, fico um tanto restrita, não acha? E depois, esse blog é um termômetro do meu estado de espírito - que nem sempre caminha feroz ou com patas de veludo.
E quanto ao Augusto dos Anjos, a sua singularíssima pessoa pessoa poderia me dizer por quem mais o soneto é vituperado? Hum? Aliás, aproveite e me diga por quem dobram os sinos.
besito Ivan,
vou ver vc no palco hoje às 19h no Perhapiness.
Zoe
muito bem: este famigerado soneto foi imprecado por carlos vereza no capítulo final de uma novela das oito, numa cena em que ele se joga de uma ponte e consegue mandar o soneto inteiro antes de morrer, finalmente. mas o meu trauma mesmo é que graças ao "o beijo, amigo, é a véspera do escarro" e ao "escarra nessa boca que te beija" (versos realmente íntimos) o poema se popularizou demais da conta... em verdade, em verdade vos digo: no fundo eu amo esses versinhos e tenho ciúme mortal deles... mas também tenho muito ciúme da pantera, e não gosto que ela seja uma ingratidão: o que salva é que ela é também uma companheira inseparável... *piscadela furtiva*
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