sexta-feira, maio 19, 2006


anna akhmátova posando para modigliani



Falou que não há outra igual. Que sou

Mulher de alguma espécie nunca vista

No duro inverno, a terna luz do sol,

Canção selvagem que a mãe-terra incita.

Mas eu morrer não vai cair em pranto

Nem desvairado, gritar:"Ressuscita!"

De súbito vai ver que não há vida

Para o corpo sem sol, a alma sem canto.

...E aí, como fica?



Anna Akmátova

tradução de Augusto de Campos
e André Vallias.

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