sexta-feira, dezembro 29, 2006



Soneto 52


Como o homem de fortuna, tenho à mão
A chave que os tesouros deixa ver
Mas que não usa sempre: para não
Gastar a fina ponta do prazer.
Assim brilhantes, as festas formosas
São no ano inteiro escassa maravilha:
Em fino engaste as pedras mais preciosas,
Ou a jóia maior na gargantilha.
Pois o tempo é meu cofre e te separa
- Guarda-roupa que as roupas traz fechado -
E só raro instante exibe a rara
Visão de seu tesouro enclausurado.
__Bem te haja o céu, que teu valor não cessa:
__Presente és triunfo, ausente és promessa.


William Shakespeare
tradução de Jorge Wanderley

5 comentários:

Anônimo disse...

Assim sou eu tal o rico, cuja bendita chave
Lhe dá acesso a seu doce tesouro aferrolhado,
Ao qual a toda a hora vigilância não cabe,
Para aguçar o fino gume do prazer regateado.
Assim são as festas tão solenes e tão raras,
Visto que, sendo escassas, ao longo do ano,
Como pedras valiosas são presenças avaras,
Ou as jóias do capitão no colarinho de pano.
Assim te mantém o tempo como minha arca,
Ou como guarda-roupa que a roupa esconde,
Para fazer do instante especial benção farta,
Quando seu aprisionado orgulho reavonde.
Abençoado sejas, cuja valia tanto alcança,
Tu presente, o triunfo, ausente, a esperança.

(trad. 29 Dez ‘06)

Anônimo disse...

'jóias do capitão' parece um disparate, e deve ser; a corrigir para 'jóias principais', por ex; desculpem o amadorismo.

Anônimo disse...

fora de hora, tudo bem! por outro lado, não consigo mais achar a aranha e o batom daqueles textos que são só seus: onde andam?

Clau disse...

Meu anjo, aonde vc anda?
Recebeu minha msg de natal?
Beijos :-)

Anônimo disse...

Nós, do AmigoHomem.com, desejamos aos nossos amigos blogueiros um excelente 2007. Esperamos, sinceramente, que todos nós tenhamos saúde e disposição no próximo ano e em todos os outros que virão. Que o mundo bloguístico continue cada vez mais forte e se consolide como o meio de comunicação mais confiável, rápido e direto entre todos os outros. Com carinho.