quarta-feira, junho 03, 2009




O POETAÇO E O POETENTO


O poetaço e o poetento
trombaram (que susto!) um com o outro –
o verbo veio violento
à boca do que era o mais douto:

“Eu faço, eu verso, eu aconteço
e esse universo vai ver só:
reconheces não haver preço
em meu cantar de tom tão só?”

O mais humilde, nojentinho,
viu fim no meio do caminho
e disse ao vizinho, mesquinho:
“Não, não beberei deste vinho

passado que você fermenta.”
– enquanto a tardinha, agourenta,
morria sem um som plangente,
antipaticissimamente.


Ivan Justen Santana

2 comentários:

Dani disse...

Olá!
também tenho um blog - voltado (principalmente, mas não exclusivamente) para a mulher.
Nele reproduzo tudo de interessante que leio por aí sobre sexo e sexualidade. Ficaria muito feliz com a sua visita e, se quiser, seu comentário ou sua crítica.
O endereço é
pontorouge.blogspot.com
bjs

Priscila Lopes disse...

Ótimo poema, ótimo!
Não conhecia o autor, nem o texto, nem você. E achei muito interessante sua abordagem no post acima.