segunda-feira, julho 26, 2004


Fever Posted by Hello

2 comentários:

Ivan disse...

Meu endereço eletrônico está em manutenção, então aqui é o canal que resta pra eu te mandar umas coisinhas interessantes:

Excerto do diário do último ano de Florbela Espanca (1894-1930):

Sou pagã e anarquista, como não poderia deixar de ser uma pantera que se preze...

VOLÚPIA

No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

Zoe de Camaris disse...

Eu conhecia a tradução "sou pantera e anarquista, como toda pantera que se preza". o poema é perfeito, espaço para Florbela. valeu.

besos,
Zoe