Há tempos não sentia febre, febre alta. É interessante como o mundo onírico se modifica e retornamos com a percepção aguçada. Comigo acontece. Sempre.
(...) G. olha pra mim ao pôr do sol. Diz que tenho olhos lilases de crepúsculo. Estende um manto vermelho sobre as ondas do mar e me mostra, ao vivo, um poema de amor.
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interdição
metafísica
a fenda descortina o abismo
você quer - não se defende
entre o desejo e objeto de desejo
toda e nenhuma distância
e de prazer se precipita
nos olhos do lince abissal
as pupilas caem lisas
escorrem nas pedras cruas
tão nuas quanto a água do poço
e mergulham solúveis na miragem
você sucumbe
estamos frente a frente
duplos,
em um espelho de obsidiana
Zoe,
ainda cintilando
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