Ficar deitada piora - o coração aperta. Levanto atrás do vento e aspiro espumas, brisas e plumas. Certas coisas magoam, dão raiva. Eu não gosto. Fico pesada sem as palavras certas. Vou mexer nos papéis, pilhas & pilhas de sulfite caladas, com jeitinho de esperança e remela presa no canto do olho. Parecem muito à vontade no chão, equilibristas entronizadas - até que o gato preto, em perfeito estilo, surfa e esparrama tudo. Olho o leque do cartomante felino. Posso escolher. Rasgo o que não serve. Separo calhamaços, organizo a biblioteca. Lambo algumas capas. Unho certos contos. Como a orelha de burro do dicionário. Recorto em pedacinhos a Divina Comédia, nem dante tem graça. Tento suicídio espirrando enlouquecida posta ao dicionário analógico do poeta-padrinho, morto em 1967.
Equivoca-se Maria Rita Kehl quando diz: O AMOR É UMA DROGA PESADA. Não é nada, não é não. Se pesada, não é amor. Pode ser qualquer outra coisa. O que ora se apresenta, não é nem de longe o que eu sei existir. Pensei que alguém sabia o caminho das borboletas mas ninguém sabe de coisa alguma. Eu posso escolher. Por sorte achei o poema, eu e Jorge traduzindo, "Algo más sobre a espuma". Boas lembranças. Alguma leveza. Valeu, Jorge. Respirei aliviada.
Equivoca-se Maria Rita Kehl quando diz: O AMOR É UMA DROGA PESADA. Não é nada, não é não. Se pesada, não é amor. Pode ser qualquer outra coisa. O que ora se apresenta, não é nem de longe o que eu sei existir. Pensei que alguém sabia o caminho das borboletas mas ninguém sabe de coisa alguma. Eu posso escolher. Por sorte achei o poema, eu e Jorge traduzindo, "Algo más sobre a espuma". Boas lembranças. Alguma leveza. Valeu, Jorge. Respirei aliviada.
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