Havia uma lâmpada de cobre
Magic Mirror / Paul Klee
Havia uma lâmpada de cobre
Que ardia há muitos anos
Havia um espelho encantado
Onde se via o rosto
O rosto que íamos ter
No leito dourado da morte
Havia um livro de couro azul
Onde cabiam céu e terra
A água o fogo os treze mistérios
Uma ampulheta fiava o tempo
Com sua agulha de pó
Havia uma pesada fechadura
Que filava dura mordedura
Na porta de carvalho espesso
Fechando a torre para sempre
No quarto redondo a mesa
A abóbada de cal a janela
De vidro debruados a chumbo
E os ratos marinhavam pela hera
Em volta da torre de pedra
Onde o sol já não chegava
Era realmente horrivelmente romântico
BÓRIS VIAN
(Editora Assirio e Alvim, Coleção Rei Lagarto/Lisboa)
Um comentário:
Belo horrorosamente.
Só faltou colocar o nome do(a) português(esa) que traduziu essa beleza de Bória (o pequeno Bóris) Vian (um anagrama do meu nome):
agora em estilo Yoda:
lindo poema também você postou em resposta aos meus humildes versinhos:
foi algo feito
atirei uma pedra n´água
de pesada foi ao fundo
e a zoey então mandou
outra pérola pro mundo
e os peixinhos retrucaram
viva el rei dom joão segundo
e o mostrengo não disse nada.
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