quarta-feira, agosto 17, 2005

não há palavra


que cante
imagem que explique
lágrima que traduza

viola que chore
filósofo que entenda

não há flor que aflore
droga que expanda

perfume que seduza
beijo que amorne

não há sono que repare
água que permeie
sopro que perdure

seu sonho
meu medo

seu desejo
meu destino

seu amor
meu silêncio




ZdC/05

Um comentário:

Ivan disse...

Este poema é uma coisa muito linda e não merece ficar sem comentários...

Merveilleuxeusíssimeuse...

Mas como eu sou chato não posso me abster de algum senão:

"teu" no lugar de "seu" ficaria mais íntimo e direto...

No mais, a arbitragem confirma o gol de placa.