domingo, fevereiro 04, 2007


Perfume
a Jean-Baptiste Grenouille



Ao olfato cabe o específico
detectar do aroma exato.
Na memória, um objeto explícito
ganha cor, gosto, som e tato.

Se na mente o odor não está contido
é natural que gere uma química fascinante
e o organismo vibre em busca do sentido
que, fluido, foge à razão volatizante.

Mais do que esse poema, o perfumista diz:
"Do profundo abismo ao inacessível penhasco,
colhi o que está bem embaixo do seu nariz:
a natureza, corpo e alma, neste frasco."


marcos prado & thadeu
do livro "eu, aliás, nós"
1994

4 comentários:

Ruan disse...

Na memória, um objeto explícito
ganha cor, gosto, som e tato.


perfeito.
exatamente essa sensação quando tentamos concretizar a sensação de saudade e concretização da memória.

Anônimo disse...

te vi no jornal. que legal!!! mas não consegui comentar no outro blog. preciso ler o livro e ver o filme, há muito ouço falar desse livro. beijo.

Clau disse...

Minha flor, como vai você?

Saudades! Mande notícias (sua orquídea está gigante)!

Beijos

Olga disse...

Oi!Desculpe a invasão, mas parei para ler alguns poemas de autores que não conheço.Tem aqui poemas magníficos!Eu sou de Portugal e reparei que não tem aqui poesia portuguesa!Não é do seu agrado? Não gosta de Florbela Espanca, Fernando Pessoa ou Sophia de Melo Breyner Andersen? Voltarei mais vezes para visitar o seu blog se não se incomodar.Continuação de bons posts.