"A poesia é apenas a evidência da vida. Se sua vida está queimando bem, a poesia é só a cinza" - LEONARD COHEN
segunda-feira, setembro 27, 2004
terça-feira, setembro 21, 2004
ao meu grande, único e verdadeiro amor
que meu amor não seja pra ti pesado fardo
antes borboleta em seu ombro delicado
triste um dia parti e eis-me agora intacto
ficam espinhos enquanto caem flores de cacto
venha entregue a mim, meu jugo é suave
você lembra tudo que me faz sentir saudade
meu coração viu estrelas no céu da sua cidade
olhe-as na minha para ver como sou de verdade
pena que pra tanto amor tão pouca vida
é menos que o meu sentir tudo que eu diga
pudera fora como eras outrora, querida
pluma leve que o tempo leva sem ser ferida
Marcos Prado, Roberto Prado & Thadeu
sábado, setembro 18, 2004
Poema XIV, "Do Amor"
Ama-me. É tempo ainda. Interroga-me.
E eu te direi que o nosso tempo é agora.
Esplêndida avidez, vasta ventura
Porque é mais vasto o sonho que elabora
Há tanto tempo sua própria tessitura.
Ama-me. Embora eu te pareça
Demasiado intensa. E de aspereza.
E transitória se tu me repensas.
Hilda Hilst
terça-feira, setembro 14, 2004
Gotas de Ajenjo
Julio Flórez
Oye tus ojos tan profundas huellas
Dejaron para siempre en mis entrañas,
Que en las noches tranquilas
Suelo mirar absorto las estrellas
Sobre la cresta azul de las montañas,
Tan solo porque en ellas
Me parece que miro tus pupilas
Rodar tras de la red de tus pestañas.
Presa, entonces, de trágica agonía,
Pierdo toda mi calma,
Y hasta el fondo del alma
Torno azorado la mirada mía;
Y al contemplar de tus desdén los rastros,
Por no ver más tus ojos, bien quisiera,
Con ira de pantera,
Rasgar los cielos y extinguir los astros.
LXII de Gotas de Ajenjo
sábado, setembro 11, 2004
Antenas
Que receio é este
Que no meu coração profético
Incrustrado bate com maus agouros
Entoando, a seu gosto,
musica oracular e melancólica?
Shakespeare
segunda-feira, setembro 06, 2004
Dar Nome Aos Gatos
Dar nome aos gatos é uma questão difícil,
Não é nenhum jogo de férias;
Podeis pensar que sou doido varrido
Quando vos digo que um gato deve ter TRÊS DIFERENTES
NOMES
Antes de mais nada, há o nome que a família emprega diariamente,
Tal como Peter, Augustus, Alonzo ou James,
Tal como Victor ou Jonhatan, George ou Bill Bailey -
Todos eles sensatos nomes de todos os dias
Há nomes de maior fantasia se achais que soam melhor,
Alguns para cavalheiros, alguns para as damas:
Tal com Plato, Admeteus, Electra, Demeter -
Mas todos eles sensatos nomes de todos os dias
Mas, digo-vos eu, um gato precisa de um nome que seja particular,
Um nome que seja peculiar, e mais dignificado,
Senão, como pode ele manter a cauda perpendicular,
Ou estender os bigodes, ou encarecer o orgulho?
De nomes como Muskustrap, Quaxo ou Coricopat,
Tais como Bombalurina, ou então Jellylorum -
Nomes que nunca pertencem a mais do que um gato
Mas, mais acima e mais além, falta ainda outro nome,
E esse é o nome que jamais adivinharéis;
O nome que nenhuma investigação humana pode descobrir -
Quando se vê um gato em profunda meditação,
A razão, digo-vos eu, é sempre a mesma:
O seu espírito está em ávida contemplação
Do pensamento, do pensamento, do pensamento do seu nome:
do seu inefável efável
Efaninefável
Profundo e incontável singular Nome.
T. S. Eliot
p.s.: alguém pode me confirmar se essa é a tradução do Marco Luchesi?
Não é nenhum jogo de férias;
Podeis pensar que sou doido varrido
Quando vos digo que um gato deve ter TRÊS DIFERENTES
NOMES
Antes de mais nada, há o nome que a família emprega diariamente,
Tal como Peter, Augustus, Alonzo ou James,
Tal como Victor ou Jonhatan, George ou Bill Bailey -
Todos eles sensatos nomes de todos os dias
Há nomes de maior fantasia se achais que soam melhor,
Alguns para cavalheiros, alguns para as damas:
Tal com Plato, Admeteus, Electra, Demeter -
Mas todos eles sensatos nomes de todos os dias
Mas, digo-vos eu, um gato precisa de um nome que seja particular,
Um nome que seja peculiar, e mais dignificado,
Senão, como pode ele manter a cauda perpendicular,
Ou estender os bigodes, ou encarecer o orgulho?
De nomes como Muskustrap, Quaxo ou Coricopat,
Tais como Bombalurina, ou então Jellylorum -
Nomes que nunca pertencem a mais do que um gato
Mas, mais acima e mais além, falta ainda outro nome,
E esse é o nome que jamais adivinharéis;
O nome que nenhuma investigação humana pode descobrir -
Quando se vê um gato em profunda meditação,
A razão, digo-vos eu, é sempre a mesma:
O seu espírito está em ávida contemplação
Do pensamento, do pensamento, do pensamento do seu nome:
do seu inefável efável
Efaninefável
Profundo e incontável singular Nome.
T. S. Eliot
p.s.: alguém pode me confirmar se essa é a tradução do Marco Luchesi?
sexta-feira, setembro 03, 2004
CANTO PARA CLOVIS TROUILLE
El nácar crepuscular de unas uñas leoninas
El antifaz concebido como brote de musgo de un rostro cautivo de sus propios desatinos
La pantera feroz en contraste perfecto con los erectos senos y con las axilas en flor
Las manos diamantinas que al rozar la oscuridad de una cabellera bermeja parecen sostener todo el peso del Universo
La imagen instantánea de tantos óleos magnetizados por la brisa de lo irracional
La orgía de las fuentes lumínicas enardecidas por las bellas muchachas rendidas
La orgía del negro incorruptible y la desazón perpetua del tirano en retirada detrás de las bambalinas del paraíso y del infierno del trazo impresionista
El desvío de los ojos de la pecadora que desea transformarse durante una tormenta de nieve en jeroglífico de carne espléndida
La barca que le sirve al soñador como instrumento musical
El maniquí recién maquillado arrojado a las fieras desveladas
El obelisco que apunta sus crepúsculos silenciosos hacia un decorado pleno de costuras delirantes
Las rosas que hipnotizan
Los cortes abruptos en la arquitectura del colibrí del vals de lo inesperado
El exhibicionismo durante un descarrilamiento o una penetración amorosa a la luz de una vela enervada a la luz de un glande que no acepta negativas
El humo indomable de una boquilla de nácar
Las telarañas adormecidas por la canícula y los cielos bajos que aquietan a los palmares
El gabinete para sosiego de prestidigitadores
Clovis el pintor de los sueños inconclusos de las medias negras de seda inalterable de las diademas de almendro de las serpientes para ornar el paseo
Clovis muestra el secreto del origen del mundo encerrado en una mirada siempre la misma siempre otra.
Alejandro Puga
El Libro Amoroso
El antifaz concebido como brote de musgo de un rostro cautivo de sus propios desatinos
La pantera feroz en contraste perfecto con los erectos senos y con las axilas en flor
Las manos diamantinas que al rozar la oscuridad de una cabellera bermeja parecen sostener todo el peso del Universo
La imagen instantánea de tantos óleos magnetizados por la brisa de lo irracional
La orgía de las fuentes lumínicas enardecidas por las bellas muchachas rendidas
La orgía del negro incorruptible y la desazón perpetua del tirano en retirada detrás de las bambalinas del paraíso y del infierno del trazo impresionista
El desvío de los ojos de la pecadora que desea transformarse durante una tormenta de nieve en jeroglífico de carne espléndida
La barca que le sirve al soñador como instrumento musical
El maniquí recién maquillado arrojado a las fieras desveladas
El obelisco que apunta sus crepúsculos silenciosos hacia un decorado pleno de costuras delirantes
Las rosas que hipnotizan
Los cortes abruptos en la arquitectura del colibrí del vals de lo inesperado
El exhibicionismo durante un descarrilamiento o una penetración amorosa a la luz de una vela enervada a la luz de un glande que no acepta negativas
El humo indomable de una boquilla de nácar
Las telarañas adormecidas por la canícula y los cielos bajos que aquietan a los palmares
El gabinete para sosiego de prestidigitadores
Clovis el pintor de los sueños inconclusos de las medias negras de seda inalterable de las diademas de almendro de las serpientes para ornar el paseo
Clovis muestra el secreto del origen del mundo encerrado en una mirada siempre la misma siempre otra.
Alejandro Puga
El Libro Amoroso
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